quinta-feira, 24 de maio de 2012



«- Que queres tu procurar demonstrar sendo coerente?
- Não sei. Creio que quero que a Cláudia se dê conta dos seus próprios mecanismos projectivos.
- E a ti que te importa? Quem és tu para querer que ela se dê conta?
- Eu gosto dela, e a partir do meu amor quero o melhor para ela.
- O melhor para ela é a sua própria liberdade. Em todo o caso, se ela se sente confusa, pode perguntar ou dizer "não compreendo".
- É verdade.
- Então?
- Parece-me antes que estou a tentar demonstrar(-me) quanto sou inteligente.
- Ah... é o teu velho truque da omnipotência.
- Sim, creio que sim. E, além disso, é o contacto com os meus limites. Definitivamente, às vezes sinto que não posso transmitir as coisas para dar o que quero dar.
- Então os teus limites interrompem-te.
- Os meus limites, quando não os aceito, interrompem-me.»

                                                                                            

                                                                    In Cartas para Cláudia (Jorge Bucay, 1987)

2 comentários:

  1. Agora o ar que respiro parece mais puro e vejo tudo com mais nitidez...
    Obrigada por me darem a conhecer Jorge Bucay.

    (aceitam-se mais sugestões de leitura)

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    1. Cara Ondina, muito obrigado pelo seu comentário.

      Satisfeitos pelo impacto que em si teve o autor citado.

      Saudações!

      CTFIS

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